Fumo e Bebida

 A Umbanda é muito criticada pelo fato de suas entidades usarem o fumo e bebida nas sessões, os detratores aproveitam-se disto para taxarem-na de atrasada e primitiva. O fato de utilizar esses elementos em seus rituais nada tem de primitivismo ou inferioridade, pois esses elementos possuem um significado claro e repleto de fundamentos.

Antigamente usava-se o néctar e o fumo (erva seca). Usavam ervas alucinógenas para estimular os Chakras, com isso, o espírito do médium poderia transportar-se, pois o espírito do médium se desprendia com melhor facilidade, melhorando assim a distribuição das energias.

A energia que gastamos para afastar o espírito do corpo, usando somente a concentração, é muito grande, por isso utilizavam esses elementos.

O uso do néctar atua na questão metabólica do médium. Atuando como um medicamento para controlar o metabolismo, permanecendo em ação durante muito tempo.

Para conseguirmos êxito total na Umbanda, teríamos que usar a erva, o néctar, etc., mas atualmente não temos condições, devido a industrialização dos elementos, por isso não poderão ser mais utilizados pela Umbanda . Mesmo a água, muito utilizada nos dias atuais, já não é mais tão pura. 

Os guias e protetores da Umbanda utilizam-se dos elementos que compõem o álcool e o fumo para seus trabalhos de limpeza, alem de outras funções mais complexas, tanto do consulente quanto do ambiente, só conhecidas e manipuladas pelas entidades.

O álcool, em sua essência, é liquido proveniente da cana de açúcar, extremamente volátil, sendo excelente auxiliar para o desfazimento de energias negativas impregnadas no perispírito. 

O álcool ainda possui a propriedade de ser usado como “contraste”, quando a entidade age magnetizando a bebida e faz o consulente ingeri-la em pequena quantidade, permitindo-lhes visualizar seu organismo, mostrando algum problema a ser cuidado.

Não se pode deixar de citar que o álcool ainda propicia no organismo do médium um entorpecimento das faculdades, facilitando com isso o trabalho das entidades, proporcionando-lhes mais liberdade de ação durante o processo da incorporação, já que libera no organismo do médium substancias ativadoras do cérebro que atuam nos plexos nervosos, aproveitada pelas entidades em seu trabalho no plano material.

Exus e Pombajiras por estarem em faixas vibratórias mais próximas do ambiente terreno utilizam-se de energias retiradas desses elementos para realizarem seus trabalhos magísticos. Usam o álcool contido nas bebidas para descarregos, retirando energias negativas dos médiuns, ambiente e consulentes.

Deve-se ainda dizer que o álcool ingerido pelo médium também e dissipado no trabalho, ficando em quantidade reduzida no organismo após haver a incorporação.

O Fumo, por sua vez, é vegetal que traz o elemento terra e água, em sua composição e, os elementos ar e fogo quando utilizado na defumação. Conjuga, portanto, quando utilizado pelas entidades da Umbanda, os quatro elementos básicos: terra, água, ar e fogo. O fumo é utilizado como meio de descarrego, agindo sobre os chakras dos consulentes.

A grosso modo o fumo prestar-se-ia a agir como uma “defumação direcionada”, ou seja, certas cargas mais pesadas seriam destruídas pelas baforadas do cachimbo, cigarro ou do charuto, alem de outras funções mais complexas, só conhecidas e manipuladas pelas entidades, as quais, inclusive aconselham os médiuns à não fumarem. As entidades não tragam o fumo, por meios próprios de conhecimento dele e não deixam seqüelas em seus aparelhos.

As entidade não tragam a fumaça, apenas enche a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou no ambiente. Nessa hora esta sendo realizado verdadeiro passe, onde a defumação se conjuga com o sopro para realizar a limpeza energética da aura ou do perispírito da pessoa.

A dinâmica, portanto, deve ser entendida como um todo. Alia-se, no trabalho de Umbanda,  o álcool, o fumo, a energia proveniente das entidades e espíritos superiores que orientam os trabalhos, a energia presente na própria natureza através do trabalho dos elementais, bem como ectoplasma retirado dos médiuns durante o trabalho mediúnicos possibilitando o auxilio ao consulente necessitado de ajuda.

Com todo exposto, pode se perceber que tanto o álcool quanto o fumo são verdadeiras, úteis e necessárias ferramentas de trabalho das entidades que trabalham na Umbanda.