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"A caridade ensinada melhora os ouvidos. A caridade praticada aprimora os corações". Emmanuel

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Desencarnação


 Processo Desencarnatório

“Disse-lhe Nicodemos: Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez? Retorquiu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem nâo renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João, 3:4-5).


COMO OCORRE A SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO?

Processo desencarnatório“Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente. O indivíduo morre quando o coração deixa de funcionar. O Espírito desencarna quando se completa o desligamento, o que demanda algumas horas ou alguns dias.” (R. Simonetti, Quem tem medo da morte, p. 44).
“Como se opera a separação da alma e do corpo?

Rompidos os laços que a retinham, ela se liberta.

A separação se opera instantaneamente e por uma transição brusca? Há uma linha de demarcação bem nítida entre a vida e a morte?

Não, a alma se liberta gradualmente e não se escapa como um pássaro cativo que ganha subitamente a liberdade. Esses dois estados se tocam e se confundem; assim o Espírito se libera pouco a pouco de seus laços: os laços se desatam, não se quebram.

[...] A observação prova que no instante da morte o desligamento do perispírito não se completa subitamente; ele não opera senão gradualmente e com uma lentidão que varia muito segundo os indivíduos. Para alguns ele é muito rápido, e pode-se dizer que o momento da morte é aquele do desligamento, algumas horas após. Para outros, aqueles sobretudo, cuja vida foi toda material e sensual, o desligamento é muito menos rápido e dura, algumas vezes, dias, semanas e mesmo meses, o que não implica existir no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre em razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. Com efeito, é racional conceber que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais ele sofre ao se separar dela. Ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos, operam um começo de libertação mesmo durante a vida do corpo e, quando chega a morte, ela é quase instantânea.” (Allan Kardec, O livro do espíritos, 158. ed., perg. 155 e 155 a).

Quando o desligamento se completa?

“O fluido perispiritual só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, de sorte que a separação só é completa e absoluta quando não mais reste um átomo do perispírito ligado a uma molécula do corpo.” (Allan Kardec, O céu e o inferno, cap. 1, II parte, item 4).

SOFRIMENTO APÓS A MORTE

“Se após a cessação completa da vida orgânica existirem ainda numerosos pontos de contacto entre o corpo e o perispírito, a alma poderá ressentir-se dos efeitos da decomposição do corpo, até que o laço inteiramente se desfaça.
Daí resulta que o sofrimento, que acompanha a morte, está subordinado à força adesiva que une o corpo ao perispírito; que tudo o que puder atenuar essa força, e acelerar a rapidez do desprendimento, torna a passagem menos penosa; e, finalmente, que, se o desprendimento se operar sem dificuldade, a alma deixará de experimentar qualquer sentimento desagradável.” (Allan Kardec, O céu e o inferno, 26. ed., cap. 1, II parte, item 5 p.168).

O DESENCARNE DO HOMEM DE BEM

A importância do valor moral

“A causa principal da maior ou menor facilidade de desprendimento é o estado moral da alma. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego à matéria, que atinge o seu máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusiva e unicamente à vida e gozos materiais.” (Allan Kardec, O céu e o inferno, 26. ed., cap. 1, II parte, item 8 p. 169).

“Assim considerando, em muitos casos, para morrer e logo desencarnar e libertar-se é, necessário ter merecimento.
Como cada homem tem a vida de que precisa, na Terra, para crescer e ser feliz, cada qual tem a morte a que faz jus em razão dos atos praticados.
Nesta proposta - morrer e desencarnar, termos da mesma equação da vida -, o homem de bem opta pela conduta de libertação, graças à qual, tão logo ocorra a interrupção da vida orgânica, ele se desprende dos despojos físicos e de suas implicações escravocratas, ensejando-se-lhe a libertação real, no retorno feliz ao lar que o aguarda após a experiência evolutiva ora concluída.” (Manoel P. Miranda, Temas da vida e da morte, 4. ed., p. 80 - 81).

Depoimento

“Ignoro o que experimentam os outros na travessia do grande ribeiro que separa o mundo espiritual do mundo terreno; a minha experiência se resume num despertar maravilhoso que, ainda agora, me enche de extática alegria. Não temais a morte; não há o que temer; todas as penas, todas as dores, tudo o que há de feio na grande crise, pertence ao seu lado físico; do outro lado, há o amor – o Divino Amor – combinado com a glória inexprimível do despertar espiritual. Quando despertei, vi-me cercada pela assembléia de todos os que eu amara na Terra.” (Ernesto Bozzano, A crise da morte, 9. ed., p.125).

O AMPARO DOS BENFEITORES ESPIRITUAIS

“Observadas as necessidades de especialização, como ocorre em qualquer atividade humana, há técnicos que se aproximam do desencarnante, promovendo, com recursos magnéticos, sua liberação. Somente indivíduos muito evoluídos, com grande desenvolvimento mental e espiritual prescindem desse concurso. Isso significa que sempre contaremos com ajuda especializada na grande transição, a par da presença de amigos e familiares que nos antecederam.
Naturalmente, o apoio maior ou menor da Espiritualidade está subordinado aos méritos do desencarnante. Se virtuoso e digno merecerá atenção especial e tão logo seja consumada a desencarnação será conduzido a instituições assistenciais que favorecerão sua readaptação à Vida Espiritual. Já os que se comprometeram com o vício e o crime, despreocupados da disciplina e do discernimento, serão desligados no momento oportuno, mas permanecerão entregues à própria sorte, estagiando por tempo indeterminado no Umbral, faixa escura que circunda a Terra, formada pelas vibrações mentais de multidões de Espíritos encarnados e desencarnados dominados, ainda, por impulsos primitivos de animalidade.” (Richard Simonetti, Quem tem medo da morte?, 4. ed., p. 22 - 23).

Depoimentos

“Os Espíritos me informaram de que iam ajudar-me, com seus conselhos, para me facilitarem a ruptura dos filamentos luminosos que ainda me ligavam ao corpo. Segui-lhes, com efeito, os conselhos: tratei de pôr-me em absoluta calma de espírito; vi então desaparecerem os filamentos luminosos. Radical mudança se produziu lentamente em mim. A nuvenzinha aljofrada, de que me via cercada, tomou gradativamente uma forma. Compreendi que se tratava do meu corpo espiritual, que assumia gradualmente uma forma humana.” (Ernesto Bozzano, A crise da morte, 9. ed., p. 118).

PROCESSO DESENCARNATÓRIO

“O processo da morte física e do renascimento espiritual é muito interessante e mesmo belo. Normalmente, a partir do instante em que começa a cessação das funções corporais –processus que pode durar longo tempo – os sofrimentos físicos e as ansiedades do Espírito cessam e lê passa gradualmente a condições de inconsciência absoluta. Porém, uma vez transposta a crise da morte, opera-se o pleno despertar da consciência; o morto renasce então para uma existência nova e começa logo a exercitar a sua atividade em o novo meio. Sempre acontece que, providencialmente, o Espírito desencarnado não se apercebe de que morre; às vezes, quando nota muito depressa, fica terrivelmente transtornado, especialmente se a morte cortou laços afetivos muito fortes...Mas, não chega ao mundo espiritual como um desamparado; quase nunca fica entregue a si mesmo: todos os Espíritos, quase sem exceção, quando saem da crise da morte, são acolhidos pelos guias melhor indicados para os reconfortar, aconselhar e assistir... .” (Ernesto Bozzano, A crise da morte, 9. ed., p. 44).

A libertação do Espírito – fase inicial

“A crise da morte é, fundamentalmente, a mesma para todos; contudo, no caso de um soldado que morre de maneira quase fulminante, as coisas diferem um pouco, porém não muito. Quando chegou o instante fatal, o ‘corpo etéreo’, que penetra o ‘corpo carnal’, começa gradualmente a se libertar deste último, à medida que a vitalidade o vai abandonando... Quem ainda não viu uma borboleta emergir da sua crisálida? Pois bem! o processo é análogo... Desde que o ‘corpo etéreo’ se haja libertado do ‘corpo carnal’, outros Espíritos intervêm para auxiliar o recém-desencarnado. Trata-se de um nascimento, em tudo análogo ao de uma criança no meio terrestre, o que faz que o Espírito recém-nascido tenha necessidade de auxílio.”(Ernesto Bozzano, A crise da morte, 9. ed., p. 64).

O desligamento final

“Da mesma forma que o processo reencarnacionista se alonga desde a concepção até os primeiros momentos da adolescência, num complexo assenhoreamento das células que se submetem aos moldes do corpo de plasma biológico, a liberação da clausura exige um período de adaptação à realidade de retorno, dependendo, de certo modo, dos condicionamentos impostos pelo uso das funções fisiopsicológicas que geram amarras fortes ou diluem-nas na sucessão do tempo, em face do teor vibratório que se revestem as aspirações vividas ou acalentadas.
A ruptura dos vínculos de manutenção do Espírito ao corpo é somente um passo inicial na demorada proposta da desencarnação.
[...] A mente responde, portanto, por vasta quota de responsabilidade no fenômeno da morte física.
Conforme a experiência corporal, assim se fará o desligamento espiritual.
Nesse transe, para o qual todos os homens se devem preparar, através de exercícios de renúncia e desapego, torna-se imprescindível o conhecimento da vida espiritual, que esta, atraente, dando curso a quaisquer empreendimentos que, por acaso, fiquem interrompidos...
[... ] A libertação, todavia, depende de cada criatura que experimenta o acidente fisiológico que lhe interrompe, o ciclo, propiciando a tranqüilidade ou o demorado sofrimento que carpirá.
Partindo-se da experiência espírita que elucida o fenômeno da morte, ressuma a filosofia comportamental que se alicerça na moral cristã, lavrada no amor a Deus e ao próximo, a expressar a vivência da caridade sob toda as modalidades e em cuja prática o Espírito evolve, progredindo sem cessar no rumo da plenitude.” (Manoel P. Miranda, Temas da vida e da morte, p. 89, 90, 92).

Depoimentos

“Como sucede a um bem grande número de humanos, meu espírito não chegou muito facilmente a se libertar do corpo. Eu sentia que me desprendia gradualmente dos laços orgânicos,mas me encontrava em condições pouco lúcidas de existência, afigurando-se-me que sonhava. Sentia a minha personalidade como que dividida em muitas partes,que,todavia, permaneciam ligadas por um laço indissolúvel. Quando o organismo corpóreo deixou de funcionar, pôde o espírito despojar-se dele inteiramente. Pareceu-me então que as partes destacadas da minha personalidade se reuniam numa só. Senti-me, ao mesmo tempo, levantado acima do meu cadáver, a pequena distância dele, donde eu divisava distintamente as pessoas que me cercavam o corpo. Não saberia dizer por que poder cheguei a me desprender e a me elevar no ar.” (Ernesto Bozzano, A crise da morte, 9. ed., p. 27).

EXPERIÊNCIAS DESENCARNATÓRIAS

Caso 1: O desencarne de Dimas

Livro: Obreiros da vida eterna, cap 13, 21. ed., Feb.
Autor: André Luiz / Chico Xavier
Dimas: Colaborador de trabalhos espíritas, médium assíduo aos trabalhos, sempre a serviço dos necessitados e sofredores. Tinha pouco mais de 50 anos de idade.
Benfeitores: Jerônimo, Hipólito, Luciana e André Luiz.
Local: Residência de Dimas, pequena cidade do interior

Dimas

“Acostumado, desde a infância, à luta sem mimos, desenvolveu o corpo, entre deveres e abnegações incessantes. Desfavorecido de qualquer vantagem material no princípio, conheceu ásperas obrigações para ganhar a intimidade com as leituras mais simples. Entregue ao serviço rude, no verdor da mocidade, constituiu a família, pingando suor no sacrifício diário. Passou a vida em submissão a regulamentos, conquistando a subsistência com enorme despesa de energia. Mesmo assim, encontrou recursos para dedicar-se aos que gemem e sofrem nos planos mais baixos que o dele. Recebendo a mediunidade, colocou-a a serviço do bem coletivo. Conviveu com os desalentados e aflitos de toda sorte. E porque seu espírito sensível encontrava prazer em ser útil e em razão dos necessitados guardarem raramente a noção do equilíbrio, sua existência converteu-se em refúgio de enfermos do corpo e da alma.” (p. 200 -201).

Situação atual

“[...] o moribundo se encontrava em dolorosas condições. Plenamente desorganizado, o fígado começava definitivamente a paralisar suas funções. O estômago, o pâncreas e o duodeno apresentavam anomalias estranhas. Os rins pareciam praticamente mortos. Os glomérulos prendiam-se aos ramos arteriais como pequeninos botões arroxeados; os tubos coletores, enrijecidos, prenunciavam o fim do corpo. Sintomas de gangrena pesavam em toda a atmosfera orgânica.
O que mais impressionava, porém, era a movimentação da fauna microscópica. Corpúsculos das mais variadas espécies nadavam nos líquidos acumulados no ventre, concentrando-se particularmente no ângulo hepático, como a buscarem alguma coisa, com avidez, nas vizinhanças da vesícula.
O coração trabalhava com dificuldade. Enfim, o enfraquecimento atingira o auge.” ( p.205).

O amparo familiar

“Oh! providência maravilhosa do Céu! Convertera-se o coração do moribundo em foco radioso e a porta de acesso deu entrada a venerável anciã, coroada de luz semelhando neve luminosa. Ela se aproximou de Jerônimo e informou, após desejar-nos a paz divina:
- Sou a mãe dele...
Em breves instantes, tínhamos, perante os olhos inolvidável quadro afetivo. Sentara-se a velhinha no leito, depondo a cabeça do moribundo no regaço
acolhedor, afagando-a com as mãos cariciosas.” (p.209).

A operação espiritual do desligamento

“Dimas, experimentando indefinível bem-estar no regaço materno,parecia esquecer, agora, todas as mágoas , sentindo-se amparado como Criança semi - inconsciente, quase feliz. Ordenou Jerônimo que me conservasse vigilante, de mãos coladas à fronte do enfermo, passando, logo após, ao serviço complexo e silencioso de magnetização. Em primeiro lugar, insensibilizou inteiramente o vago, para facilitar o desligamento nas vísceras. A seguir, utilizando passes longitudinais, isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais tarde, fibras inibidoras no cérebro.” (p. 209).

O desprendimento do espírito

“Aconselhando-me cautela na ministração de energias magnéticas à mente do moribundo, começou a operar sobre o plexo solar, desatando laços que localizavam forças físicas. Com espanto, notei que certa porção de substância leitosa extravasava do umbigo, pairando em torno. Esticaram·se os membros inferiores, com sintomas de esfriamento.” (p. 210).

A resistência do corpo contra a partida da alma

“Mas antes que os familiares entrassem em cena, Jerônimo, com passes concentrados sobre o tórax, relaxou os elos que mantinham a coesão celular no centro emotivo, operando sobre determinado ponto do coração, que passou a funcionar como bomba mecânica, desreguladamente. Nova cota de substância desprendia-se do corpo, do epigastro à garganta, mas reparei que todos os músculos trabalhavam fortemente contra a partida da alma, opondo-se à libertação das forças motrizes, em esforço desesperado, ocasionando angustiosa aflição ao paciente. O campo físico oferecia-nos resistência, insistindo pela retenção do senhor espiritual.” (p. 211).

A última etapa

“O Assistente estabeleceu reduzido tempo de descanso, mas volveu a intervir no cérebro. Era a última etapa. Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo quebrou alguma coisa que não pude perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana, absorvendo, instantaneamente, a vasta porção de substância leitosa já exteriorizada.” (p. 211).

O ressurgimento de Dimas

“A chama mencionada transformou-se em maravilhosa cabeça, em tudo idêntica à do nosso amigo em desencarnação, constituindo-se, após ela, todo o corpo perispiritual de Dimas, membro a membro, traço a traço. E, à medida que o novo organismo ressurgia ao nosso olhar, a luz violeta-dourada, fulgurante no cérebro, empalidecia gradualmente, até desaparecer, de todo, como se representasse o conjunto dos princípios superiores da personalidade, momentâneamente recolhidos a um único ponto, espraiando-se, em seguida, através de todos os escaninhos do organismo perispirítico, assegurando, desse modo, a coesão dos diferentes átomos, das novas dimensões vibratórias.
Dimas-desencarnado elevou-se alguns palmos acima de Dimas cadáver, apenas ligado ao corpo através de leve cordão prateado, semelhante a sutil elástico, entre o cérebro de matéria densa, abandonado, e o cérebro de matéria rarefeita do organismo liberto.” (p. 212).

A permanência do cordão fluídico

“Para os nossos amigos encarnados, Dimas morrera, inteiramente. Para nós outros, porém, a operação era ainda incompleta. O Assistente deliberou que o cordão fluídico deveria permanecer até ao dia imediato, considerando as necessidades do “morto”, ainda imperfeitamente preparado para desenlace mais rápido.” (p. 212).

O desligamento final

“Jerônimo examinou-o e auscultou-o, como clínico experimentado. Em seguida, cortou o liame final, verificando-se que Dimas, desencarnado, fazia agora o esforço do convalescente ao despertar, estremunhado, findo longo sono.” (p. 226).

O despertar final

“Em compensação, Dimas-livre, Dimas-espírito, despertava. Amparado pela genitora, abriu os olhos, fixou-os em derredor, num impulso de criança alarmada e chamou a esposa, aflitivamente. Dormira em excesso, mas alcançara sensível melhora. Sentia a casa cheia de gente e desejava saber alguma coisa a respeito. A mãezinha, porém, afagando-o brandamente, acalmou-o, esclarecendo:
- Ouça, Dimas: A porta pela qual você se comunicava com o plano carnal somático, cerrou-se com seus olhos físicos. Tenha serenidade, confiança, porque a existência, no corpo físico, terminou.” (p. 227).

Caso 2: Desencarne de Fábio – Exemplo cristão

Livro: Obreiros da vida eterna , cap. 16, 21. ed., Feb. Autor: André Luiz
Orientador: Jerônimo
Assistente: André Luiz
Local: Residência de Fábio – bairro pobre

Situação física de Fábio

“Quando na carne, freqüentes vezes surpreendi-me com a saúde frágil de Fábio, em criança. Desde cedo, notei-lhe a virtude inata, o pendor para a retidão e para a justiça, a disposições congênitas para os trabalhos da fé viva. Passei longas noites na justa preocupação de pai, em vista do porvir incerto. Como poderia nascer alma tão sensível e formosa, como a dele, em vaso tão imperfeito? A doze anos, foi atacado de pneumonia dupla, que quase o arrebatou de nosso convívio. Clínico amigo chamou-me a atenção para a debilidade do rapazinho. Éramos, no entanto, demasiadamente pobres para tentar tratamentos caros em estâncias de repouso. Antes dos catorze anos, terminado o curso das letras primária, conduzi-o ao serviço pela exigência imperiosa do ganha-pão.
[...] Segregando-se na oficina de mecânica, em ambiente pesado demais para a sua constituição física, ele não o tolerou por muito tempo, contraindo com facilidade a tuberculose pulmonar.” (p. 245).

Fábio

“Tivera existência modesta; limitara o vôo das ambições mais nobres, no culto da espiritualidade redentora; esforçara-se suficientemente pela tranqüilidade familiar; fora acicatado por dificuldades sem conta, no transcurso da experiência que terminava; deixava a esposa e dois filhinhos amparados na fé viva, e, embora não lhes legasse facilidades econômicas, afastava-se do corpo físico, jubiloso e confortado, com a glória de haver aproveitado todos os recursos que a esfera superior lhe havia concedido. Além de haver-se afeiçoado profundamente ao Evangelho do Cristo, vivendo-lhe os princípios renovadores, com todas as possibilidades ao seu alcance, Fábio conseguira iluminar a mente da companheira construir bases sólidas no espírito dos filhinhos, orientando-os para o futuro.” (p. 243).

O desligamento e o amparo espiritual

“Enquanto Silveira amparava o filho, com inexcedível carinho, Jerônimo aplicou ao enfermo passes anestesiantes. Fábio sentiu-se bafejado por deliciosas sensações de repouso. Em seguida, o Assistente deteve-se em complicada operação magnética sobre os órgãos vitais da respiração e observei a ruptura de importante vaso. O paciente tossiu e, num átimo , o sangue fluiu-lhe à boca aos borbotões.”
Dona Mercedes levantou-se, assustada, mas o esposo, falando dificilmente tranquilizou-a:
- Pode chamar o médico... entretanto, Mercedes... não se preocupe... é justamente o fim...” (p.253).

“- Reparei que Jerônimo repetia o processo de libertação praticado em Dimas, mas com espantosa facilidade. Depois da ação desenvolvida sobre o plexo solar, o coração e o cérebro, desatado o nó vital, Fábio fora completamente afastado do corpo físico. Por fim, brilhava o cordão fluídico-prateado, com formosa luz. Amparado pelo genitor, o recém-liberto descansava, sonolento, sem consciência exata da situação.
Supus que o caso de Dimas se repetiria, ali, minudência por minudência porém, uma hora depois da desencarnação, Jerônimo cortou o apêndice luminoso.” (p. 254).

VIDA NO PLANO ESPIRITUAL

“Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante.
Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.
A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.
As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro.
A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se haver separado do corpo.
Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo bem e de todo mal que fez.” (Allan Kardec, O livro dos espíritos, 158. ed., p. 24-25).

JESUS

“Seja feita a vossa vontade, assim na Terra, como no Céu...” (Mateus, 6:10).

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